Já nem sei de cor
os traços da tua pele morena,
como sabia nos dias
em que estava em casa
e ainda dormia.
O tempo corre vagarosamente,
escorregando-me entre os dedos
que te tocaram em parte incerta
no meio do deserto que sempre fomos,
sem nunca nos perdermos
na angústia da miragem
que ainda hoje nos persegue.
A aridez do teu corpo no meu,
às horas sempre iguais
que o teu velho relógio marcava,
esvai-se no meu pensamento
e encontra-se na realidade
que já sabes e não vês:
Que por mais triste que seja,
a eternidade que sobeja das coisas
se perde na efemeridade da vida...
E que infelizmente ou não,
nenhum de nós é imortal
nem tem moral
para criticar ninguém.
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