Um dia
eu vou ouvir na minha
fotografia
o mel atroz
da tua voz
por entre os sons das minhas,
inexistentes
dormentes
por outro sexo
que não o teu.
E o céu pesado
inacabado
nos meus sonhos e melancolias
rompido por gestos
discretos
e cortantes
como um limão
em vidas partidas
será nosso
outro dia.
O cheiro
lavado
do teu quarto
e do teu corpo
nunca usado
por mais ninguém
será
mais uma vez
encontrado
na nudeza
das minhas mãos
suaves
e suadas
lambendo
a tua fotografia.
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