O teu corpo esguio
corrompe as minhas entranhas
e sem grandes artimanhas
quebra o meu em pedaços
encontrados calmamente
nos suores do teu regaço
consolado com a chegada
e rompido pela partida
que um outro dia
será desfeita pelo cansaço
de esgrimir com dentes de aço
moinhos de vento
ao relento de miragens.
Mas a tua pele,
comprometida ou não,
será sempre minha
e a única prisão que verás
são as entrelinhas dos poemas
que tal como as minhas pernas
se entrelaçam à tua alma
na tranquilidade inocente
de uma violência nossa apenas.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
A dança das putas tristes
O cheiro a queimado
dos pavios
no palácio das velas de cristal...
Olhai para elas tão belas,
que putas tão bem vestidas,
bailando ao som
de tristes violinistas.
Os seus seios descobertos
alerta a qualquer movimento mais audaz.
Que caminhos tão incertos
toma esta gente
quando abunda a aguardente
e a droga no bar.
Não tema senhora!
Sou burguês
e o meu órgão está apenas
à mercê das suas lindas mãos!
Desvie os olhos da faca
e oiça os calabouços
das jóias e do ópio!
Sim, meu bom homem,
mas já não é sangue nem sémen
o que brota destes olhos,
agora só molhos de rosas
e a mais pura das águas
escorrem por esta face.
Veja, veja senhor
o mal que o amor me fez!
Mas dança puta,
dança por enquanto não te cansas
o balanço do teu corpo
é o avanço de outras coisas.
E se poisas no chão
hás-de ver a minha mão
esbofetear-te com lembranças.
E o baile não pára nunca,
entre o fumo dos cigarros
e os sorrisos rasgados
das senhoras.
Que encanto,
que deleite!
Saber que as podemos ter no leito
numa noite como esta.
Porque não?
Se o coração já não diz nada
e não passamos de bestas embriagadas
no hospício da solidão...
dos pavios
no palácio das velas de cristal...
Olhai para elas tão belas,
que putas tão bem vestidas,
bailando ao som
de tristes violinistas.
Os seus seios descobertos
alerta a qualquer movimento mais audaz.
Que caminhos tão incertos
toma esta gente
quando abunda a aguardente
e a droga no bar.
Não tema senhora!
Sou burguês
e o meu órgão está apenas
à mercê das suas lindas mãos!
Desvie os olhos da faca
e oiça os calabouços
das jóias e do ópio!
Sim, meu bom homem,
mas já não é sangue nem sémen
o que brota destes olhos,
agora só molhos de rosas
e a mais pura das águas
escorrem por esta face.
Veja, veja senhor
o mal que o amor me fez!
Mas dança puta,
dança por enquanto não te cansas
o balanço do teu corpo
é o avanço de outras coisas.
E se poisas no chão
hás-de ver a minha mão
esbofetear-te com lembranças.
E o baile não pára nunca,
entre o fumo dos cigarros
e os sorrisos rasgados
das senhoras.
Que encanto,
que deleite!
Saber que as podemos ter no leito
numa noite como esta.
Porque não?
Se o coração já não diz nada
e não passamos de bestas embriagadas
no hospício da solidão...
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Fotografia
Um dia
eu vou ouvir na minha
fotografia
o mel atroz
da tua voz
por entre os sons das minhas,
inexistentes
dormentes
por outro sexo
que não o teu.
E o céu pesado
inacabado
nos meus sonhos e melancolias
rompido por gestos
discretos
e cortantes
como um limão
em vidas partidas
será nosso
outro dia.
O cheiro
lavado
do teu quarto
e do teu corpo
nunca usado
por mais ninguém
será
mais uma vez
encontrado
na nudeza
das minhas mãos
suaves
e suadas
lambendo
a tua fotografia.
eu vou ouvir na minha
fotografia
o mel atroz
da tua voz
por entre os sons das minhas,
inexistentes
dormentes
por outro sexo
que não o teu.
E o céu pesado
inacabado
nos meus sonhos e melancolias
rompido por gestos
discretos
e cortantes
como um limão
em vidas partidas
será nosso
outro dia.
O cheiro
lavado
do teu quarto
e do teu corpo
nunca usado
por mais ninguém
será
mais uma vez
encontrado
na nudeza
das minhas mãos
suaves
e suadas
lambendo
a tua fotografia.
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