Sou eu,
mais nada.
O vento que sopras
continua sem balanço
enquanto eu me lanço
do abismo.
Espreito
em bicos dos pés
com a certeza crescente
de que quem sente
não sou eu.
A minha casa não é esta.
Que chão é este
que me enche de feridas?,
quando sempre soubeste
da minha predilecção
por pés descalços.
Quantas vidas me restam?
Há quanto tempo
conto o tempo
que me falta para sair?
As raízes que inventamos
esbatem-se
na imensidão do Universo
em constante mutação
por pesadelos
com outros tectos e soalhos
mais amaciados do que os teus.
Estas paredes
apodrecem ao meu toque.
E enquanto eu me arrasto na lama
tu continuas preso ao carrossel
onde nos encontramos
de tempos a tempos.
Mas não consigo amar-te sempre,
ser feliz cansa-me a alma.
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