Se eu soubesse
como era ser assim,
antes de eu ser tu
e outro se transformar em mim.
Ai se eu soubesse, meu amor
não me tinha atirado do abismo
sem agarrar a tua mão.
Se eu soubesse
das flores de perdição
que criava no meu próprio umbigo
inconsciente do perigo
e alimentado apenas
por esse sabor amargo
a avareza venenosa.
Se ao menos adivinhasse
que depois desses teus braços
os laços seriam tão distantes...
Mas há quanto parei eu
de contar amantes
e coisas malditas?
Se são as mentiras que digo
as que me fazem amar de verdade
e se a realidade
dá apenas azo a enganos?
Quantas juras de amor fiz eu,
quantos foram únicos e primeiros
tão intensos e verdadeiros,
quantos escrevi sem sentir
e senti sem saber?
E o pior,
o pior é que não sei nem o que disse.
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